Quem escreve?

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Rio, RJ, Brazil
Moribundo SUBurbano. Estereotipado: bandido, maconheiro e marginal. Escritor, poeta e, portanto, miserável.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008


Sei que não se trata de vingança de sua parte, sei mesmo... Mas acho que se,de alguma forma, isso possa dizer alguma coisa, em poucas palavras digo o pouco q sei sobre muita coisa: Acredito que todo esse sofrimento que já me foi sofrido, tenha ele, consumido todo sofrimento o qual fiz você sofrer. Em poucas palavras também digo que te amo, que te quero, e que cada dia que passa, seu cheiro, que não consigo definir, vem, de pouco em pouco, impregnando minha vida e me causando saudades. Foi o passado, aquilo,foi coisa de criança, o que fiz, é infantilidade achar que alguém é só seu e conseqüentemente, ter ciúmes. Porém, fica aqui meus verdadeiros sentimentos, de arrependimento, e de esperança para a reconstrução de um novo relacionamento. Tentar é se superar, não acha capaz? eu me acho capaz de mudar. Mudemos juntos então! mudemos pouco a pouco, devagar, da forma como nos amávamos antes, antes de tudo, como na primeira vez...Sejamos nós, você sendo você, eu sendo eu e nós, sendo um casal...
Solteiros não resolveremos nada. Apenas beijaremos outros, abraçaremos outros e, enfim, nos tornaremos outros, diferentemente do que somos, afinal, agora...
Ainda te amo, com a sinceridade com que toco meus pés, imaginando ser os seus, com carinho e com massagem...
Vem sendo insuportável, viver apenas de saudade...

domingo, 28 de setembro de 2008

Uma noite, um amor, um baseado, um bacanal e uma crônica




Ninguém sabia realmente o que tinha acontecido. Alguns, na verdade, até sabiam alguma coisa aqui, outra ali, porém, de uma coisa todos tinham certeza: uma hora eles voltariam.
Era comum terminarem, algumas brigas, algum orgulho, ponto, terminado. Um dia, menos de um dia, e lá estavam eles, juntos de novo. vez foi diferente, eu, que muita coisa sabia, desconfiava da única certeza que todos tinham. Pra mim eles não iriam voltar, não nessa situação, não pelo que tinham passado nesses vinte e oito dias separados. Dessa vez ela quem terminara, ele, que sempre findava, porém sempre pedia pra voltar, mergulhara no orgulho dela, nem ele, que sempre fez besteiras, sempre traíra etc. imaginava tanto orgulho da parte dela, difícil, porque qualquer pessoa em sã consciência teria percebido, não era orgulho dela, e sim, orgulho ferido dela.
Quase um mês, e a saudade já não se comporta como antes. Manifestada em desespero, pelo apego e sentimento de posse, agora, ela, pouco a pouco diluída pelas reflexões, geralmente executadas com o objetivo de melhoras, desconstruções de preconceitos, machismos... Percebi que ele tinha mudado. Sempre fora humilde, sempre abaixava a cabeça quando estava errado, não seria diferente agora, era bom... Vem sentindo saudade, isso é inegável, mas tudo tem sua hora, e o amor-próprio nunca nos abandona para sempre, por mais reflexivo que o ser seja, por mais humilde, com consciência de alguma coisa. Agora sim, a resposta estava ai, em nossa cara: ele fora abandonado. Difícil assumir?Não! A dificuldade está justamente em agüentar a estaticidade, principalmente quando se sabe, sou diferente agora, passei por algumas coisas...
Não sei não, a noite passada foi estranha, pensei que não lembraria muita coisa, mas a luz da noite suportada, parece, vai me acompanhar por algum tempo. Ontem, de vez, provei teorias. Já dizia alguém, não sei, não era da academia: “contra fatos, não há argumentos”, ora, nada mais me afetaria, pronto, o peso da verdade seria inegável, posso agora, falar para todos. Confesso: não entendi muita coisa do que se passou ontem, espero que alguém tenha compreendido, meu dedão do pé dói, acho que tropecei umas três vezes, no escuro, o degrau, caralho! Quem põe uma merda daquela no caminho?! Menos pior que ter metade do beiço arrancado, garota louca, aquela. Acho que só assumi aquele papel porque estava doidão, e não era apenas cerveja...
Entendo pouco dessas coisas de bacanal, Baco, Dionísio, cacete! Parece-me que esse tipo de coisa não se faz... Agora eu vi, presenciei, fazem sim, suruba! “porra, aquele moleque está de sacanagem, geral querendo comer aquela mulher e ele lá, porra de beijinho, discutindo relação com uma mulher que quer dar para todos? Tu é meu amigo, filho-da-puta, vamos parando com essa porra. Me aproximo do casal. Olha, vocês não mudam a cena, sei que você gosta de cinema, faz curso e o caralho, próxima cena é minha, posso? Aquela mulher queria era dois homem em cima dela, só pode, percebi quando cheguei ali do lado pra sugerir a próxima cena, pra fazer com que a galera se acalmasse. Pego a mão dele, coloco no peito dela, por cima da camisa, cena um. Ó, quero a próxima cena também, pego a mão dele, abaixo a blusa dela, ta aí, chupa o peito dela, moleque, ele era moleque, achei melhor assim, vamos entender... duas cenas, vai rolar alguma coisa, acabou a ponta?
Aí irmão, tem mais baseado aí? Ai, cumpádi, na rua de trás, dobra a esquerda, o movimento ta ali. Me acompanha, camarada? A gente não conhece porra nenhuma aqui, cara, e ai? Um baseado nosso, só nosso?Demorou, demorou... Ai, parceiro, o movimento aqui é tranqüilo?Porra, é o 7, é nós!Sabia caralho, ai que fudi meu dedo, descendo a escada? Tem gente metendo no carro moleque, olha essa porra, acho que é a loirinha, ela disse que ia meter o pé, mas quem é o maluco que ta faltando lá em cima? Foda-se, vamos indo...
A gente não conhece ninguém aqui, camarada, somos malucos, porra. Ta tranqüilo vamos indo, ta tranqüilo. Aí, qualquer coisa, porra, tu é do Jardim Novo, ouviu?Jardim novo! Ai moleque, onde é a boca? Fala com os caras aí atrás. Beleza, são os caras ali. Ai irmão, tem baseado ai? Não, só do branco, baseado é com os caras ali em cima. Moleque caralho, a gente é maluco, só pode, cadê os malucos? Escuro pra caralho. Tu é do Jardim novo moleque, Jardim Novo. Beleza, fica tranqüilo. Ai, porque os caras ficam separados, porque a boca é separada? Os caras que estão lá em baixo são os que estão quebrados. Irmão, tem baseado aí? Se liga, tu falou com quem lá embaixo?O de camisa branca? Nem lembrava que tinha alguém de camisa branca lá, porra e agora? Aí, não sei não, acho que era o de jaqueta do exercito, sim, era ele, confirmei. O cara, negro, não vi o rosto, acho que eu estava doidão, só podia. Em cima de uma varanda, parecia, não sei, logo abaixo, mais um, de bicicleta, virou, de costas pra a gente, aprecia querer ir embora. Porra, por qual motivo esse cara demora tanto pra vender, pra descer? Lá de cima, ele, parado não sei quanto tempo, a observar os outros dois lá embaixo, exclama um porra, foi o porra mais arrepiante da minha vida, tudo por causa de um baseado? Ele desce, pára em nossa gente, quer o quê, de quanto? Maconha de dois, tem? Tem. Beleza. Vamos descendo, caralho, maior ladeira, que dificuldade. Essa demora, esse clima, porra, que isso, ninguém nunca me disse que o esquema era assim, nunca me disseram nada, maior clima pesado, bagulho sinistro. Ainda tem gente no carro, a galera ta metendo pra cacete... de novo, porra, esse degrau de merda... ai, tamo aí já... porra, vamos juntar nesse aqui, ta pancadão, vai ficar um pancadão... um terceiro vem, se aproxima, aí, como tava o movimento lá? Vocês são malucos, eu fumo, mas não me sujeito a isso não, comprar?nem to maluco. Nessa hora pensei que tudo que tinha ouvido falar, era a mais absoluta mentira, que o clima é tranqüilo, que a galera vende tranquilamente, e olhe lá, aqui é uma favela pequena, que droga. Os caras estão drogados demais, o dono da casa é maluco, ele ta muito louco, irmão. Lá no bar, àquela hora, ta ligado? que tu me falou, porra, essa parada não vai dar certo não, olha o maluco, ta foda, eles tão doidões . Foda-se vamos ver qual vai ser, vai ter mulher, essas mulheres vão também, tranqüilo, vamos lá... O carro está lotado, temos que pedir mais dois táxis, pede aí cara, já ligou pro táxi?Tá demorando pra cacete... Vamos fretar uma Kombi? Vamos? Mas como, não passa Kombi aqui não. Espera está passando uma aqui, faz sinal,faz sinal, caralho, ninguém pára pra gente, também, estamos num bar, bebendo há quatro horas, como?Aí, vamos pegar uma Kombi lá na praça?Vamos, eu vou contigo...
Caralho, que merda, vir acompanhando esse cara, logo esse, que discuti há um tempinho, esse safado, vem falar que não mereço ter dread porque não fumo maconha, e ele?é branco, safado, fuma maconha do tráfico, financia a guerra, as mortes, os assaltos, to tranqüilo, mas era pra eu ter quebrado ele, mas ia dar merda, ia estragar a festa, os caras iam juntar em mim, mas meus camaradas também estão aqui, íamos sair na porrada, acabaríamos com a festa, evitei, tranqüilo, agora tô aqui, andando ao lado dele, mas que vontade de quebrar ele aqui, ninguém vai ver, volto lá e falo que foi a policia, quebrou ele, tava com maconha, levou umas e a PM ta vindo aí me seguindo, todos meteriam o pé, não daria em nada, o safado nem ia lembrar de nada no dia seguinte, que maconheiro safado. Fala, ãhn, vamos porra, vamos fretar a Kombi, o quê, aonde íamos mesmo?Ele nem lembrava, mas eu sabia, ai, 794, 794... irmão, tamo ali. Dez cabeças, vamos pro 77, vamos fretar essa porra, põe geral pra fora. Não daria, tinha fiscal, o motorista era um trabalhador, tranqüilo, honesto, vem o fiscal, fanho, não pode, não pode, não adianta. Mas nós é do 7, do tráfico lá, vamos embora... eu, ali, naquele ponto, várias vezes, ali, com minha namorada, namorada não, ex-namorada, pegando um táxi rumo a uma noite de amor, e agora, na mesma Kombi que passava em frente a minha casa, eu, fazendo papel de traficante, que safado esse cara, que bandido, acuando trabalhador. Vamos embora, o cara está trabalhando, saí, saí, mete o pé...vamos pegar um táxi... ai, irmão, não me atrapalha não, deixa eu falar, vamos pro 77, mas tem uma galera ali, uns 6, mais ou menos, vamos pegar a galera ali no bar, beleza? Vamos...tranqüilo, onde é? Na doze, vamos... teu irmão, como está? O safado conhecia o irmão do motorista, irmão-maconheiro, enquanto o motorista, irmão-tranquilo, batalhador, tinha que ouvir isso... bacanal, o caralho, maconha, vai rolar tudo, vamos? Cacete, ninguém no bar, porra, o táxi da galera chegou, vamos pro 77, devem estar lá, puxa, motorista...caralho, ó eles ai, tão ai eles, pára, pára, vamos galera, partiu, vamos... não, o M. tá lá com a mulher, não é pra deixar ela lá não, eles vão ficar na pista. Foda-se, vamos B. vamos, D. vem...vem...pega o táxi, a gente tá com o dono do barraco, tá tranqüilo, vem...só nós três no táxi? Tá com grana aí, esse safado não vai querer pagar, é certo. Chegamos, é ai, tenho quatro, aí, irmão, quanto dá essa corrida?Diz a ele aí, dizia o motorista pro safado, quanto dá a corrida... É quinze, quinze, D fala, quinze?É muito, é muito, dez, pode ser dez, beleza, tenho quatro, me dá os quatro, dou dez. fechou?Valeu irmão, beleza... Bom trabalho, nessas horas também éramos educados, que merda... Barbarismo de merda que não me atinge...
Na casa dele estava tranqüilo, o primeiro baseado, a saída para comprar o segundo, aperta... Aperta direito porra, esse pastelão aí não quero não, beleza?Não vai ser pastelão não...o maluco que apertava parecia saber o que estava fazendo, caralho, esse cara me lembra alguém, ah! O Cuíca, porra, logo o Cuíca, nessa situação eu lembro dele, e pior, encarnado num maluco que nem sei quem é, aqui, dentro dessa favela.Cuíca, matador, matava e contava, cada história de merda. Se fosse um bárbaro como ele, num dia daquele tinha o matado, quantos ele ainda não mataria como matou aquele cara, no dia do casamento. Irmão perdeu... Perdeu... Oitão na cara, pipoco, falhou! Porra! Pelo amor de Deus, irmão, tenho filhos, mulher, o que você quer, te dou, te pago? Primeiro, tua mulher que me mandou aqui, segundo, não quero grana, ela vai me dar, é o teu seguro, terceiro, só quero tua alma agora... Arma de merda... Pelo amor de Deus, cara... Não põe Deus nisso, essa hora o cara ta descansando, a arma não pega, o cara - vitima vem pra cima, por favor, Ó, por favor é o caralho, seja homem, coronhada na cara, várias, aí dá tempo, concerta a arma, e atira, vários na cara, de perto, ele sabia que de perto o sangue espirra, foda-se, eu mando aqui, meu tio manda aqui, é nós... Volta pro casamento, onde, minutos antes, tinha ele pedido minha mãe para guardar o 38 dele, casamento de evangélico, puxa a arma e põe na bolsa de minha mãe, todos vêem, ninguém fala, sabem quem ele é e o que fará naquela noite, um morto, alguma grana, pouca coca. Volta pro casamento, sangue na calça, sangue no sapato. Que porra é essa moleque?Fiquei sabendo do assassinato assim, da boca do assassino.
Logo o Cuíca? Porra, beleza, Olha como ele ta feliz com o beck, beleza, vamos fumar... Uma onda da porra, uma onda do caralho... Nunca pensei que fumaria essa merda, nunca pensei, da favela ainda?Sujeitando-me a comprar, como disse o moleque que fumava há tempos, porém, nunca comprava nunca se sujeitava àquela humilhação... Dei mole... D, percebeu no bar, eu percebi na praça da Kombi, eu discuti, quase briguei com o dono da casa...demos mole, agora basta fumar um beck, relaxar, mas é foda, se liga D. fica ligado, B. ta doidão, ainda não comeu aquela mulher, mas também, na frente de geral?Ela é safada, vai dar, vai dar... Esse beck é uma maravilha, tranqüilo, que relax... Nem penso nela, nem quando fumo, quase sempre penso nela, menos quando fumo. Eu a amo, ela, um dia, também me amou, acho que agora ela apenas se ama. Mas eu era machista, mas mudei, as coisas funcionam assim, lá vai o L. se tornando um merda como eu, sendo machista, quando perder vai ser um Eu, um merda arrependido. Ta beleza, que viajem, eu sou maluco, sou maluco... Já torraram o beck todo?Dei dois tapas só porra, também, passou por maior galera...
Cecete, brother, a galera ta metendo lá embaixo, a mãe do maluco, vai ser maior esculacho, neguinho não respeita nada. Ó, vamos meter o pé, o cara ta boladão, estão metendo na casa dele, na frente da casa da mãe dele, e ninguém está dando pra ele, o bicho vai pegar, olha, o B. não sai da mesma cena, moleque, isso vai dar merda, é óbvio isso.
Particularmente, nunca achei que uma pessoa da favela seria assim, pensava no motivo pelo qual o cara que se parece com o Cuíca, vou chamá-lo de Cuíca mesmo, sentia-se ofendido com a galera que trepava na casa do amigo dele, vai ficar ai uma questão, eu, não entendo, mas deixo as fichas para que alguém entenda.
Os caras estão discutindo, esse dono da casa tem transtorno bipolar, uma hora ele ta bem, na outro ta puto, caralho moleque, tem gente ficando com medo. Olha ele, cacete, tá gritando o nome de JAH ali na janela: ô JAH, pelo amor do senhor, JAH! É melhor a gente ficar com medo mesmo, pelo menos o medo nos previne de alguma merda. D. o que vamos fazer, esses caras estão malucos...? Os grupos falavam a mesma coisa, o dono da casa e o Cuíca reclamavam da galera fazendo sexo, eu, só estava fumado... Pararam o sexo, pedimos pra parar. O grilo agora era outro, a falta de respeito, mas nisso, já tinha ido embora o Cuíca, decidido a não voltar mais, diante daquela falta de respeito, mas pensei: no inicio, ele dissera que o problema era o sexo, paramos o sexo, agora a falta de respeito, ele, sem dúvida, queria arrumar confusão, e eu, não queria pagar pra ver, ele foi embora, eu, fiquei com medo, cenas assim, já tinha presenciado de dezenas, lá pelo lado das milícias, mas ali era tráfico, não vejo diferença alguma...
Partiu geral, partiu... Os caras tão puto, o maluco ouviu a gente falando, comentando que eles estavam putos, o M. ficou discutindo, falando alto, não respeitou os malucos, gente, vamos embora, vai dar merda e eu to ligado já... Chama o B. a puta dele, que é casada, mas queira meter com a festa toda, e quem quiser vir, estamos indo. Aí, espera o F, vai ficar ai sozinho com esses caras?É, chama ele, chamar o quê? O cara está com a mulher, dane-se, eu meto o pé então... Não! Ta, deixa que eu chamo. Fui lá, o chamei, ele e a mulher dele e dei o papo: se liga, os malucos estão nervosos ai, tem gente desrespeitando a casa do moleque, a mãe do moleque, e acho que vai dar merda, é melhor a gente meter o pé, ou então tu desenrola essa porra, vai desenrolar?Sai da cama, vai desenrolar, agora não tinha caô, todos tinham saído, a parada era ir embora, o melhor a se fazer... Vamos, vamos, tem gente lá atrás, não dá, B., D., vamos, não quero nem saber, o táxi, tem táxi ali,ai irmão, quanto é o táxi até Bangu? Não! Não vamos de táxi não, é melhor esperar porra, vamos com a galera, juntos é melhor, a gente não conhece nada por aqui, é favela moleque, e se ele entregar a gente pro movimento? Qualquer caô é uma merda total... Beleza, vamos não irmão, vai com Deus... Vamos andando, vamos sair daqui, fodeu, que medo, mas tá tranqüilo, ta tranqüilo... Vamos pegar a Kombi?Pra onde, Bangu?Tanto faz, vamos sair daqui, vamos...
Confesso: meu amor, ter terminado o namoro, deixou minha vida bem mais interessante!Ah, e uma última coisa: se agarre ao teu deus, porque o meu, já deixou de existir faz tempo, assim que você se foi por aí, sustentada pela raiva e pelo amor-próprio...


A história talvez continue...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O Poço


Primeira postagem de outro poeta nesse blog. Pablo Neruda é, pra mim, um dos maiores poetas de todos os tempos. Esse poema a seguir diz muita coisa, principalmente o que, dificilmente as pessoas assumem em sí mesmas. Segue o poema. Ah, amem!



Cais, às vezes, afundas
em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.

Meu amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?

Não acharás, amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.

Não me temas, não caias
de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir
e deixa que ela voe pela janela aberta.
Ela voltará a ferir-me
sem que tu a dirijas,
porque foi carregada com um instante duro
e esse instante será desarmado em meu peito.

Radiosa me sorri
se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.

Dá-me amor, me sorri
e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim porque te feres.

Pablo Neruda

segunda-feira, 22 de setembro de 2008


Vamos juntos
Dançar e olhar
Devagar, tentando
Mais que amar,
Vamos?

Juntos mais de
Mil dias
Seria não seria
Difícil separar-se, enfim...

Caminhemos,
Eu, a olhar e guiar
O caminho,
Tu, comigo,
A ser, afinal,
Toda carinho,
Porque não?
Caminhemos?

A saudade, lembra?
É sim, sinal do fim,
A andar eu, belas
Companhias, porém,
Sozinho!

Tu,
Sem eu,
Sem os seus,
Sem pés,
Pronta para ser
Devorada,
Fruto maduro?

quinta-feira, 18 de setembro de 2008




Tens passado dos limites hoje em dia. Andas pensando no que realmente significa o amor, e no que ele influencia para a construção de um relacionamento. A primeira conclusão que tem em mente, é que não devemos entrar num relacionamento antes de nos amarmos de verdade, isso, o amor próprio mesmo, sim, é dele que falas. Isso pode soar estranho às pessoas que lêem esse blog, em sua maioria poetas e afins, ou seja, pessoas comprometidas apenas com o amor e blábláblá-bando de chorão.

Então, falas de amor-próprio, pois somente esse pode fazer com que sejamos felizes. Acredita, e tem vergonha disso, que o ser humano só é humano quando ama o próximo e seja lá quem for esse. O individualismo é, sem dúvida, a característica dos que se amam demais. Nunca se amou, talvez por isso tenha tido tantas atribulações pelo caminho. Não sei, o poeta está sempre fadado ao fracasso, no amor, no trabalho, sei lá, não lembro dele ter se sentido satisfeito, uma única vez, se quer...

A satisfação dos que amam demais o outro, é, sem dúvida, ver o outro satisfeito. Aí que ele entra, ou melhor, é aí que ela sai. Lembro-me de tê-lo visto juntando seus trapos e ter mudado repentinamente pro ventre dela. Lembra dos beijos na barriga?ó, ai não é barriga não, barriga é mais em cima, seu tarado!

Lembra do passarinho, aquele, no ninho, aprendendo a voar?O poeta já sabe voar, ele, já sabia voar, mas aninhou-se no ventre dela, com medo de seguir em frente.

Há quem diga que seu erro foi ensiná-la a voar, enquanto ele, pássaro velho, tinha desaprendido a fazer o mesmo, enfim, ela partiu levando o ventre e os trapos dele, assim, a deixá-lo...

Mas ele continua vivo aí, vivo, entre um dilema: ou tenta aprender a voar novamente, ou encontra um outro ninho, porque seus trapos serão devolvidos quando ele, enfim, não mais procurá-la!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Aos que acham que amam demais



Sem saber o que era o amor,
Fui jovem.
Sabendo o que era o prazer,
Fui homem.
Sabendo o que era o amor perdido,
Fui bicho.

E naveguei em 1500 pelas
Ruas
Devagar a dançar por fora
E me iludir por dentro!
Oh! Se o dia do nosso encontro
Não vem,
O que é que tem,
Se me tornar um cético?

O amor, esse ingrato que me deu você,
E partiu devagar, levando
Pedaço por pedaço do meu amor-próprio
Até me deixar sozinho,
Eu, comigo mesmo,
Numa noite num bar navegando e me perdendo,
Na lapa,
Compartilhando segredos e dores de cotovelo!

sábado, 13 de setembro de 2008


E chega a hora de arrumar a casa. Mesmo contra a vontade, a liberdade talvez conte mais um pouco. E ajuda também, né? Sei não, ta rolando muito papo furado por ai, pela área. Muita história, a gente até entende, o difícil é se acostumar sei lá... Eu escrevo pouco, falo demais com os que não quero causar boa impressão, e, com esses, acabo causando o que não quero... Mas o interessante é que, quando falo pouco, também me consideram interessante, talvez até misterioso, a droga é quando a gente acaba se achando uma bosta, e que não causou boa impressão, e lengalenga... To devagar, querendo conversar, num bar, enfim, sei lá... É vida que segue. A paixão pela boa conversa está no ar, mas olha, não leva em consideração minha idade não, falou? Salve, salve! Adoro a cor branca travestida de negra. Beijo na testa!

Foto: Luanda, capital de Angola. By Cabana Boy

quarta-feira, 10 de setembro de 2008


Não me reconheço sem a presença de outro alguém, devido ao fato de ter tanta falta de amor próprio, por mim mesmo. Em suma, minha miserabilidade se resume ao ser poeta e nada mais, nem estudar tenho conseguido.

A falta do que fazer preenche o espaço de tempo, que num piscar de olhos vai passando, assim, como se uma eternidade fosse meu caminho, sendo esse, não mais que um breve momento de amor, próprio, ou não...

Mais que decadência, a minha...

terça-feira, 9 de setembro de 2008



"Quero você, seus olhos, seus pensamentos, sua boca, seu sexo, sua mão na minha, sua massagem feita com preguiça, minha massagem, teu tempo, teu suor, a massagem no seu pé, espremer tuas espinhas, falar bem do teu corpo, falar mal da tua falta de compromisso, quero isso, quero ser eu, mudar o eu, ser seu, o que você quiser, quero briga, discussão, não sair junto com você, sair sozinho, brincar contigo, cantar no portão- mesmo que seja em silencio...quero de novo o arranhão o tapa na cara, as brigas, as porradas, os puxões de cabelo, prazerosos ou não. Quero é que você me olhe, que você se arrependa, que você, enfim, volte!
Quero tudo, já sabes que sou maluco. Admito, não ligo, quem liga? Sou todo amor, penso pra me complicar, e disso tu sabes... Falo demais, enumero demais, sou sistemático demais, enfim, fui do colégio militar, sou filho de militar, tenho dred, sou do partido comunista e preciso de um analista. Mas mesmo assim você tem que me entender. Volta pra mim?!"



OBS: Me liga assim que ler isso,mesmo que seja pra dizer que nao...