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Rio, RJ, Brazil
Moribundo SUBurbano. Estereotipado: bandido, maconheiro e marginal. Escritor, poeta e, portanto, miserável.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009


O difícil não é deixar de amar alguém. O difícil é deixar de lembrar, que já se amou alguém,um dia. Nada que um segundo amor não possa superar!

domingo, 8 de novembro de 2009

Ontem olhei para o lado, estava eu dentro do meu quarto, e observei a janela, nunca antes observada por mim. Imaginei que alguém teria aberto aquele buraco, colocado aquele objeto com trancas e decidido que aquilo lá permaneceria fechado não sei até quando. Só sei que todas as decisões foram tomadas sem o meu consentimento, o que de certa forma me irrita, ou melhor, me deixou irritado, por que o quarto é meu, é nele que eu durmo, sonho e observo meu futuro de forma contemplativa e passional.
Trancaram a janela do lugar no qual eu mais me identificava. Disseram-me que a mesma foi trancada sem a minha permissão, entretanto, por minha causa, por conseqüência dos meus atos, das minhas falas, dos meus descuidos, da minha falta de amor ao que, de certa forma, se colocava do lado de fora da janela, ou do lado de dentro, aí depende do referencial. Eu chorei, quando percebi a veracidade da fala que me acusava, da fala que me lembrava das minhas falas, dos meus atos, dos meus descuidos. Eu chorei, quando olhei para o lado, com a cabeça no travesseiro e já não via as estrelas, do lado de fora da janela. Amanheci como não tinha amanhecido nenhum dia antes de terem trancado a janela, porque o sol já não me acordava, como antes. E então perdi as horas, perdi os empregos, os estágios, cheguei atrasado nas reuniões com as empresas, os políticos, as mulheres que me queriam despido ou simplesmente falante. Eu sou o culpado, porque a janela sempre esteve ali e eu não dei valor a ela, não observei a importância dela.
A janela hoje tem vontade própria, permanece fechada para mim, mas não para os que olham de fora para dentro. De um tempo para cá, aliás, tentei durante uns sete meses abri-la, mas não consegui. E é por isso que ontem a noite decidi me mudar, e hoje eu estou de mudança: Já juntei todas as minhas coisas, ou melhor, a falta de amor próprio, os erros, as falas rudes, as traições, tudo que fiz de errado para enfim, partir para outro lar, a fim de repousar minha cabeça e observar as estrelas, lógico, de forma passional.
Confesso não ter procurado um novo lar, contudo, esse me apareceu de repente. O problema é a distância, meio longe. Mas eu gosto de desafios. E prometo te dar valor.

sábado, 7 de novembro de 2009

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Descobri, hoje, o motivo pelo qual ouço música enquanto tomo banho. Faço isso por que não tenho coragem de cantar, ou melhor, não tenho vontade. Eu não sou feliz.

(Comentem nesse e no outro, abaixo)
Ontem, noite chuvosa, fria e sem graça, eu chorei. Chorei não por estar num bairro muito distante do meu, uma hora da manhã, no frio e sem ninguém pra me fazer graça. Chorei por não achar o sentido que existe entre o voltar para casa e o ficar para sempre na rua, ou melhor- não quero virar mendigo- morar em outra casa, longe da minha cama e da minha família. Nada fazia a diferença. Não me orgulho de não fazer aqui o que faço em todos os outros textos: expressar-me verborragicamente, de modo que qualquer mentira por mim contada aqui, se torne realidade na cabeça de você, leitor que pouco me conhece. Aliás, poucos são os que me conhecem, ou ninguém me conhece, por que me abro, mas na minha cabeça sou muito mais do que posso ser concretamente, na vida real. Talvez eu seja o mundo todo pensando, sentindo e amando, mas ninguém nunca saberá e talvez nem eu mesmo. Bem, voltemos ao que interessa. Não, não voltemos, porque não vou dizer o motivo pelo qual chorei e não tive vontade de voltar para casa.

(comentem, ou então imagino que estou a falar com o vento)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Banho de Sinceridade

Vou passar essa noite consultando meus livros de filosofia, e os de psicanálise também, a fim de descobrir qualquer significado de amor cuja tônica não esteja relacionada a qualquer tipo de dor. Assim que encontrar, e hei de encontrar, é óbvio. Vou copiar, recortar e carregar na carteira, para ler sempre que algum infortúnio, de qualquer grandeza, venha me descontrolar.

Vou, amanhã pela manhã, consultar qualquer mãe ou pai de Santo, pra que esses me expliquem o motivo pelo qual fracasso em quase tudo, e pra além disso, o motivo pelo qual, depois de ter estragado tudo, me empenho a fim de reparar também tudo. Vou, também amanhã, procurar meus amigos, perguntar-lhes se sou um homem sincero e humilde e amigo pelo qual vale a pena morrer, ou pelo menos se atracar com qualquer gigante. Vou, na parte da noite, ligar para todas as mulheres que magoei direta ou indiretamente. Não vou pedir desculpas, isso eu sempre faço. Eu vou, depois de ter lido muito e consultado meus orixás, explicar porque tenho sido um merda, quase sempre.

Vou conversar pessoalmente com as pessoas que me deram chances extraordinárias de emprego, pesquisa, estágio e intercâmbio, e explicar o motivo pelo qual não fiz nada correto, e porque não aceitei os convites.
Vou dançar Salsa com minha mãe e beijar o rosto do meu pai, de modo que ele possa perceber que todos esses anos sem beijo e sem “eu te amo”, culminaram nesse beijo no rosto.

Vou avisar todas as mulheres que me paqueram e, que projetam qualquer tipo de futuro comigo, que já sou apaixonado, já choro por alguém, já quero casar e ter filhos com alguém, já tenho alguém que me completa dentro e fora da cama, e que só vou ficar com elas, se for pra suprir todas as vontades reprimidas durante muito tempo de namoro. Quero dizer que não tenho namorada, e isso nada tem a ver com o fato de estar apaixonado. Eu gosto de me apaixonar e por isso o desamor é tão doloroso assim.

Nem sempre serei o homem pelo qual vocês se apaixonaram.Eu não valho a pena!
Não me liguem mais.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Esse post é só porque tem tudo a ver comigo.

Nunca pensei que pudesse o homem sentir tanta saudade.
Dizem que a palavra não existe em nenhum outro idioma...
mas eu conheço o seu significado.
A alma procura a outra na velocidade do desatino.
Não há lugar senão para a busca.
Nenhuma satisfação que não seja o encontro.
Nenhum engano possível.
A alma sabe exatamente qual a outra é.
É aquela.
Em tudo maravilha, encontrada seria uma.
Um eterno abraço.
Por que não cala o trovão da mente?
Por que não seca a lágrima da obsessão?
Por que não cessa esta falta que enfraquece?
Essa dor que apenas cresce.
Porque não fecha o peito ardente.
Demente.
Ouve o abismo presente, ouve o ruido dos passos...
Então cai eternamente.
Eu não sei se é verdade que de saudade também se morre mas, é melhor morrer do que sentir saudade.

Domingos de Oliveira.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Do capeta e de outros demônios.

Será que eu estou com o capeta mesmo?
Não sei não, porque isso tem sido dito muito, ultimamente. Se eu bebo duas cervejas, dez, estou com o capeta. Se não tenho esposa, mas transo, estou com o capeta. Várias, determinadas situações, estou com o capeta. Você está com o capeta se não quer ter uma vida abastada, prefere fazer escolhas que o façam sentir-se bem, você está com o capeta, o capeta da mesquinharia, da falta de honra.
Ando cheio deles, dos capetas. Até por que sob esse ponto de vista, reduzido, pequeno e localizado no primeiro degrau no entendimento, o que faça não é nada maior do feito por vocês.
Eu não quero riqueza enquanto mil dos meus estão cada vez mais pobres, por causa disso. Inclusive seus fiéis, todos eles. Todo mundo com o capeta, por que eles, também bebem, fumam, cheiram, transam o dia inteiro. Justamente pela situação de serem por vocês, explorados. E explorados da forma mais baixa possível, pela sensibilidade e dúvida do que serão e para onde irão, assim que morrerem, só querem uma vida melhor.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Um dia desses tive completa certeza de que aprendi a amar um pouco mais o ser humano. Aprendi até a ser mais humano, mais amável. E a ouvir um pouco mais, embora essa seja uma das minhas qualidades.

Conheci uma mulher, que devia ter lá os seus 43 anos de idade. Olhos tristes e fala mansa. É uma mãe de Santo, filha de odé, caçador, conhecedor e amável também. Me identifiquei na hora, enfim, também sou de odé, e a gente vai aprendendo a se amar, com o tempo.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Não, não encontro em mim
os poemas que estão para serem escritos,
e nem os que tenho escrito
encontro como sendo por mim, escritos.

Nada do que tenha sido meu um dia
permanece dentro do saco de minhas pertenças,
por que não posso ser nem carro, nem casa e nem poesia.

Eu não sou nada!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Dez perguntas que te farei quando você voltar de viagem:

1- Vamos noivar?

2- Deixa eu massagear seus pés?

3- Vamos foder o dia inteiro?

4- Vamos aprender a dançar qualquer dança, juntos?

5- Vamos morar juntos?

6- Vamos, juntos, falar bem de tudo que o outro faz?

7- Vamos foder o dia inteiro?

8- Deixa eu te colocar pra dormir?

9- Vamos ser felizes, pra que todos que estejam a nossa volta, sejam felizes também?

10- Vamos foder o dia inteiro?


Adaptado de Domingos Oliveira em "Separações".

Rir pra não chorar!

Ela também disse que não valia a pena voltar a se apaixonar por mim. Também disse que não tinha coragem de sofrer tudo novamente. Seu coração não suportaria. À parte isso, me informou que nunca mais amou ninguém, da forma como a qual me amou.
Percebi ter perdido mais um amor. Observo que ainda hei de perder muitos mais. Aliás, perco-os dia após dia. Embora me sinta lisonjeado ao ter a certeza de que todas as que vieram, e todas as que ainda virão, não encontrarão alguém assim, como eu.

O que elas não entendem é que não tenho nada, e é justamente por isso que minha única ocupação é parecer apaixonante e apaixonado.

Confesso não ser o parceiro ideal. Portanto, não me venham com conclusões e arrependimentos a poster, por que já su apaixonado e não em custa nada me apaixonar por mais três, quatro, ou seja lá quantas passarem pelo meu caminho.

sábado, 5 de setembro de 2009


Por mais que o amor esteja sempre ligado ao ódio, a dor e a outros substantivos não muito agradáveis. sempre dei uma chance a ele. Sempre tentei dar mais do que pude, e dessa forma fui magoando fingidamente os que foram me amando de forma verdadeira.

Continuo dando uma chance ao amor. Sempre continuarei. Embora, atualmente, mais maduro e sincero comigo mesmo, digo de peito aberto: não quero mais amar a ninguém.

(Ngamba Botero)

sábado, 1 de agosto de 2009

Término de namoro

Era o sexto aniversário de namoro do casal. Decidiram comemorar num bar e três horas depois, partiram para um motel.
Na cama, ele avança a beijá-la devagar, não perdendo a oportunidade de acariciar sua nuca. Progredia passo por passo. Passava a mão na barriga dela e, milímetro por milímetro, ele desce, almejando beijar os seios da namorada, mas é travado repentinamente, convidado a continuar o beijo na boca. Ele beija, espera, e um tempo depois, desloca sua boca em direção ao sexo dela, entretanto, é impedido pela seguinte indagação:
- Me faz uma massagem antes?Disse ela.
Ele responde com uma indagação para si mesmo:
- Eu aqui, prestes a devorá-la, e você querendo massagem?
Ele não hesita em fazer a massagem. Queria transar aquela noite, e não discutir relação.
No dia seguinte ele diz a ela que precisa de espaço. Decide terminar e termina.
Quando a massagem assume o lugar das preliminares, é hora de terminar o relacionamento. Fizestes o correto.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Não te amei no início.
Te amei mais e mais
Com o passar do tempo,
E isso era eterno.

Eu não amava teu sexo,
E sim tua companhia.
Eu não amava teu corpo,
Que em dias de chuva era lindo,
Mas no sol, nem era tudo isso.
Amava o que tu não falavas,
E o que falavas, pra mim, era sublime.

Com o passar do tempo
E vários momentos juntos,
Eu já te amava mais do que me amava,
Por que já não conversava comigo.
Não tinha outra mão,
Outro peito,
Que me afagasse e me acolhesse,
E outro umbigo, que não fosse o teu,
Meu ninho!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Tenho, ligeiramente, estragado tudo.
Miseravelmente, negado tudo.
Esquecido de tudo.
Magoado, pouquinho por pouquinho,
Tudo.
Sinceramente, tenho sido o que não nasci para ser.
O que mil querem que eu seja,
Sem ao menos eu mesmo almejar ser.
E vou imaginando quem sou eu agora.
Quem eu poderia ter sido e quem,
Eu seria agora, ao invés de escrever poemas
De madrugada, e sobre a madrugada.

Lascivamente eu engano duas, três, e, talvez quatro.
Pra que todas elas fiquem de quatro.
Eu me engane, alto.
Como se ser poeta fosse ser eloqüente.
Como se ser poeta fosse, antes de tudo, inteligente!
Eu não sou nada porque do nada eu vim,
E pro nada tenho caminhado.
E os meandros, falsos,
Fazem de mim mais falso que o falso que me falseia.
E vou-me sendo nada, já que perdi de tudo,
No caminho da mentira, me torno, cada vez mais,
Inconcluso.

sábado, 13 de junho de 2009

Dia dos Namorados

Ontem, tarde da noite, acho que por volta de umas onze horas. Tive a sensação de que nem tudo é para sempre, assim mesmo: clichê. Percebi que os amores perdidos, nada mais são, que amores deixados de lado, ou melhor, do lado esquerdo do peito, porém, esquecidos, até que outro amor tome o espaço do passado.
Em meio aos convites para sair, preferi ficar em casa. Não ia sair apenas por estar solteiro. Certo, nem lembro a última sexta-feira que passei em casa, entretanto, já vou me acostumando com o desamor. E não a driblar o desamor.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Queria te oferecer algo mais,
Em minhas mãos abertas,
Repletas de alguma coisa amável.

Mas só abro pra fazer carinho,
E em forma de seios,
Ou enrijecendo meus dois dedos.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Cotas: Meia entrada

Há um tempo, um pouco mais jovem, e talvez até um pouco mais esperançoso. Acreditava em uma das frases mais famosas sobre jovens e nações: “os jovens são o futuro da nação”. De certo, quase todos já ouviram ou leram essa frase. Talvez, nem todo jovem tenha acreditado nela. Na verdade, não sei se os mais espertos não acreditam, ou se os mais espertos são os que, na verdade, tentam acreditar. Questão de gosto, ou classe... Bom, a questão é que vem se tornando cada vez mais difícil, acreditar em frases como essa aí de cima. E eu nem estou tirando isso da minha cabeça, assim, como em certos momentos de instabilidade emocional, não... Eu comprovo e provo: ou querem que a juventude não seja mais o futuro da nação, ou então, que o futuro desse País seja forjado por jovens que nunca tenham ido a um teatro, casa de show ou até algum evento esportivo.
Acontece que boa parte dos artistas e dos produtores culturais tem-se organizado a fim de reduzir o número de estudantes e idosos, que podem ser beneficiados com a meia-entrada em eventos culturais e esportivos. Esse seguimento, que certamente é contra a democratização dos bens culturais, usa o argumento cujo centro é a emissão de carteirinhas falsificadas e o baixo lucro do setor cultural. Impossível discordar desse argumento?Óbvio. Se querem aplicar cotas de 40% para o total de assentos, afirmando o grande número de pessoas que usam meia-entrada( cerca de 80% do total de cadeiras), por qual motivo não aumentar a fiscalização sobre a emissão de carteirinhas, barrando assim os falsificadores? Parece fácil encontrar uma solução, não?Bom, para mim e você sim. E para os produtores culturais, artistas e senadores relatores? Irrelevante! Nem pautam a centralização da emissão de carteirinhas, deixando transparecer o principal objetivo da regulamentação da meia-entrada, como a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), relatora do projeto, deixou claro em entrevista para a Folha Online: "Não acredito [que a cota restringe o acesso à cultura]. Os espetáculos culturais no país vão continuar e 40% de ingressos irão continuar garantidos para estudantes ou idosos que queiram ir", disse.
Não é por nada não, mas negar o acesso à cultura em detrimento do maior lucro possível já é um pouquinho de sacanagem, ou avareza, se preferir.
Eu faço o que posso, coloco a boa no trombone por que adoro ir ao teatro e ao cinema. Descarto até os jogos de futebol, mas há quem goste.
Eu não quero ter que chegar num show e ser barrado na porta. Enfim, não tenho grana pra pagar cem reais num teatro.

domingo, 8 de março de 2009

A ignorância fátua, que pairava sob meu corpo
Durante duas luas e catorze pernas,
Devagar tentava me dissipar dela, mas,
Ignorantemente, eu continuava pensando nela,
Em algo que, talvez, nem soubesse o que era.
E não foi. E inconsequentemente retornei até o passado,
E me vi, mais uma vez, enlaçado nos seus passos,
Como quem quisesse alguma coisa, sem saber ao certo
O que era.
E num esforço incomum fui-me aproximando do que,
Mais que tudo, imaginava ser minha felicidade:
A presença de alguém.
E tive medo, mas também tive esperança, já que
Tinha nada, nem eu me tinha mais.
Mil vezes hesitei. Mil vezes caminhei até ela, percebendo seu desdém.
O que me fazia caminhar mais e mais, como quem anda
Em direção ao caos do destino. Eu caminhei sendo, cada vez,
Mais feliz, ou burramente feliz. E fui quem não era.
E me enquadrei na moldura de quem tem mais medo que sorte.
Mais amigos que deuses. E então tive de chorar.
Como quem chora à noite, solitário, mas na parte da manhã
Finge ser amante.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Não há como toda noite não ser triste
Como não há como ser poeta
Não tendo um papel e uma caneta
Não tendo lido mil livros não há
Como ser feliz nas noites chuvosas ouvindo o tiritar
Das gotas no zinco.

Não há como ser livre quando se ama.

Todas as noites são tristes para um poeta
Todo dia é noite para quem não enxerga
Há possibilidade de o cego ser feliz, um dia?
À noite nada existe.
À noite nada passa a existir enquanto as contradições
E desigualdades ainda persistirem.
Não há noite feliz nem felicidade perdida já que nada se teve um dia.