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Rio, RJ, Brazil
Moribundo SUBurbano. Estereotipado: bandido, maconheiro e marginal. Escritor, poeta e, portanto, miserável.

domingo, 8 de março de 2009

A ignorância fátua, que pairava sob meu corpo
Durante duas luas e catorze pernas,
Devagar tentava me dissipar dela, mas,
Ignorantemente, eu continuava pensando nela,
Em algo que, talvez, nem soubesse o que era.
E não foi. E inconsequentemente retornei até o passado,
E me vi, mais uma vez, enlaçado nos seus passos,
Como quem quisesse alguma coisa, sem saber ao certo
O que era.
E num esforço incomum fui-me aproximando do que,
Mais que tudo, imaginava ser minha felicidade:
A presença de alguém.
E tive medo, mas também tive esperança, já que
Tinha nada, nem eu me tinha mais.
Mil vezes hesitei. Mil vezes caminhei até ela, percebendo seu desdém.
O que me fazia caminhar mais e mais, como quem anda
Em direção ao caos do destino. Eu caminhei sendo, cada vez,
Mais feliz, ou burramente feliz. E fui quem não era.
E me enquadrei na moldura de quem tem mais medo que sorte.
Mais amigos que deuses. E então tive de chorar.
Como quem chora à noite, solitário, mas na parte da manhã
Finge ser amante.