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Rio, RJ, Brazil
Moribundo SUBurbano. Estereotipado: bandido, maconheiro e marginal. Escritor, poeta e, portanto, miserável.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Descobri, hoje, o motivo pelo qual ouço música enquanto tomo banho. Faço isso por que não tenho coragem de cantar, ou melhor, não tenho vontade. Eu não sou feliz.

(Comentem nesse e no outro, abaixo)
Ontem, noite chuvosa, fria e sem graça, eu chorei. Chorei não por estar num bairro muito distante do meu, uma hora da manhã, no frio e sem ninguém pra me fazer graça. Chorei por não achar o sentido que existe entre o voltar para casa e o ficar para sempre na rua, ou melhor- não quero virar mendigo- morar em outra casa, longe da minha cama e da minha família. Nada fazia a diferença. Não me orgulho de não fazer aqui o que faço em todos os outros textos: expressar-me verborragicamente, de modo que qualquer mentira por mim contada aqui, se torne realidade na cabeça de você, leitor que pouco me conhece. Aliás, poucos são os que me conhecem, ou ninguém me conhece, por que me abro, mas na minha cabeça sou muito mais do que posso ser concretamente, na vida real. Talvez eu seja o mundo todo pensando, sentindo e amando, mas ninguém nunca saberá e talvez nem eu mesmo. Bem, voltemos ao que interessa. Não, não voltemos, porque não vou dizer o motivo pelo qual chorei e não tive vontade de voltar para casa.

(comentem, ou então imagino que estou a falar com o vento)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Banho de Sinceridade

Vou passar essa noite consultando meus livros de filosofia, e os de psicanálise também, a fim de descobrir qualquer significado de amor cuja tônica não esteja relacionada a qualquer tipo de dor. Assim que encontrar, e hei de encontrar, é óbvio. Vou copiar, recortar e carregar na carteira, para ler sempre que algum infortúnio, de qualquer grandeza, venha me descontrolar.

Vou, amanhã pela manhã, consultar qualquer mãe ou pai de Santo, pra que esses me expliquem o motivo pelo qual fracasso em quase tudo, e pra além disso, o motivo pelo qual, depois de ter estragado tudo, me empenho a fim de reparar também tudo. Vou, também amanhã, procurar meus amigos, perguntar-lhes se sou um homem sincero e humilde e amigo pelo qual vale a pena morrer, ou pelo menos se atracar com qualquer gigante. Vou, na parte da noite, ligar para todas as mulheres que magoei direta ou indiretamente. Não vou pedir desculpas, isso eu sempre faço. Eu vou, depois de ter lido muito e consultado meus orixás, explicar porque tenho sido um merda, quase sempre.

Vou conversar pessoalmente com as pessoas que me deram chances extraordinárias de emprego, pesquisa, estágio e intercâmbio, e explicar o motivo pelo qual não fiz nada correto, e porque não aceitei os convites.
Vou dançar Salsa com minha mãe e beijar o rosto do meu pai, de modo que ele possa perceber que todos esses anos sem beijo e sem “eu te amo”, culminaram nesse beijo no rosto.

Vou avisar todas as mulheres que me paqueram e, que projetam qualquer tipo de futuro comigo, que já sou apaixonado, já choro por alguém, já quero casar e ter filhos com alguém, já tenho alguém que me completa dentro e fora da cama, e que só vou ficar com elas, se for pra suprir todas as vontades reprimidas durante muito tempo de namoro. Quero dizer que não tenho namorada, e isso nada tem a ver com o fato de estar apaixonado. Eu gosto de me apaixonar e por isso o desamor é tão doloroso assim.

Nem sempre serei o homem pelo qual vocês se apaixonaram.Eu não valho a pena!
Não me liguem mais.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Esse post é só porque tem tudo a ver comigo.

Nunca pensei que pudesse o homem sentir tanta saudade.
Dizem que a palavra não existe em nenhum outro idioma...
mas eu conheço o seu significado.
A alma procura a outra na velocidade do desatino.
Não há lugar senão para a busca.
Nenhuma satisfação que não seja o encontro.
Nenhum engano possível.
A alma sabe exatamente qual a outra é.
É aquela.
Em tudo maravilha, encontrada seria uma.
Um eterno abraço.
Por que não cala o trovão da mente?
Por que não seca a lágrima da obsessão?
Por que não cessa esta falta que enfraquece?
Essa dor que apenas cresce.
Porque não fecha o peito ardente.
Demente.
Ouve o abismo presente, ouve o ruido dos passos...
Então cai eternamente.
Eu não sei se é verdade que de saudade também se morre mas, é melhor morrer do que sentir saudade.

Domingos de Oliveira.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Do capeta e de outros demônios.

Será que eu estou com o capeta mesmo?
Não sei não, porque isso tem sido dito muito, ultimamente. Se eu bebo duas cervejas, dez, estou com o capeta. Se não tenho esposa, mas transo, estou com o capeta. Várias, determinadas situações, estou com o capeta. Você está com o capeta se não quer ter uma vida abastada, prefere fazer escolhas que o façam sentir-se bem, você está com o capeta, o capeta da mesquinharia, da falta de honra.
Ando cheio deles, dos capetas. Até por que sob esse ponto de vista, reduzido, pequeno e localizado no primeiro degrau no entendimento, o que faça não é nada maior do feito por vocês.
Eu não quero riqueza enquanto mil dos meus estão cada vez mais pobres, por causa disso. Inclusive seus fiéis, todos eles. Todo mundo com o capeta, por que eles, também bebem, fumam, cheiram, transam o dia inteiro. Justamente pela situação de serem por vocês, explorados. E explorados da forma mais baixa possível, pela sensibilidade e dúvida do que serão e para onde irão, assim que morrerem, só querem uma vida melhor.