Já tive medo de me apaixonar e já tive medo de não me apaixonar. Me apaixonei sem querer, nunca desamei alguém por vontade própria, e acho deveras impossível que isso aconteça. Passei três meses tentando amar alguém que merecia todo amor do mundo. Não me apaixonei. Nunca amaria uma mulher daquelas, nunca!
Tão reprimidas, e poucos vêem isso, poucos se importam com isso. Mulheres que permanecem doze anos casadas, sem nunca terem saído com as amigas, nunca terem ficado bêbedas sem a presença do marido. Por essas eu não me apaixono, essas sim, que eu gostaria de amar e me apaixonar, embora acredite que as mulheres devam ser independentes, contudo, são essas, independentes, que me deixam com medo, sem vontade de amar.
O problema não é comigo e nunca será, o problema nunca é de ninguém, não é do papa, não é do Bush, o coletivo é problemático, é meu é seu é de todos. Repele-se a culpa culpando todos, permanecemos no limbo, sem raiva suficiente para mudar a nós mesmo. Tenho medo é de amar, têm-se medo é de amar. Diz-se, geralmente, que o medo é de amar e não ser amado. Sabe qual é o medo? De amar e não ter a pessoa do seu lado sempre!
Acho que a experiência de vida deixa a gente assim, doente, problemático. Tanto caso de traição e declaração de amor, que já não acreditamos em nada:
“Ah... Se eu pudesse
Nascer de novo,
Quisera eu nascer
Num quilombo novo.
Me entorpecer ao meio dia,
Me drogar o tempo todo.
Não ter ideais.
Me preocupar apenas com pouco.
Covarde nunca seria,
Consciência de erro:
Nunca teria.
Ambicionaria o nada...
Seria feliz com o nada que possuiria,
E com o nada que equivaleria.”
Queria mesmo é fazer faculdade de Design, nascer numa família com dinheiro e não precisar estudar, pensar... Os filósofos deixam a gente assim, enquanto os poetas tentam minimizar tudo, florear tudo... Preciso deles, do charuto e da bebida, agora...