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Rio, RJ, Brazil
Moribundo SUBurbano. Estereotipado: bandido, maconheiro e marginal. Escritor, poeta e, portanto, miserável.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

"Amo sem dó do meu corpo. Fique com meu coração, é o que resta de minha alma. Enfim, já não acredito mais nessas coisas de amor."
Na verdade o que quero,
É sim, um pouco de afeto.
Poder te olhar de fronte, reto
E bem de perto,
Chorando lágrima por lágrima
Derramando em você o meu amor
Atualmente tão incrédulo.

Falso é o poeta que não chora
Bate, agoniado a porta e,
Nunca mais, por ter sofrido,
Volta, pede ou implora.

Na vastidão dos três pares
De pernas
Caminhei por aquelas terras
Desérticas
E só encontrei inocência,
Entre duas pernas abertas.

Olha, pouquinho de devassidão
Faz parte assim, como faz parte de mim
Esse pobre coração
De poeta que,
Desvairado, chora ao seu lado,
Tentando não ser, o que foi no passado.
Calado, ouço e choro o lado amargo
Dos que, de certa forma, foram abandonados.

Palavras tolas fazem de mim,
Mais tolo ainda, para assim,
Querer, voltar a mergulhar nessas duas
Praias de leite sem fim.
Pela bacia magra, fraca,
Pedindo minha carga
Hoje tão amarga.

Larga tudo e vem fraca,
Como quem quer ser alçada
Num vôo de garça,
Ser, minha amada.

Deixo ai meu coração calmo
Contigo, sei que terá ele afago.
Calmo, espero o fogo mais que tácito
Que tu aprendeste com os caras amargos,
Tentando vingar-se das minhas palavras
Lançadas no vácuo do teu peito frágil.




Nunca é tarde para amar, fruto-maduro.