Quem escreve?

Minha foto
Rio, RJ, Brazil
Moribundo SUBurbano. Estereotipado: bandido, maconheiro e marginal. Escritor, poeta e, portanto, miserável.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Banho de Sinceridade

Vou passar essa noite consultando meus livros de filosofia, e os de psicanálise também, a fim de descobrir qualquer significado de amor cuja tônica não esteja relacionada a qualquer tipo de dor. Assim que encontrar, e hei de encontrar, é óbvio. Vou copiar, recortar e carregar na carteira, para ler sempre que algum infortúnio, de qualquer grandeza, venha me descontrolar.

Vou, amanhã pela manhã, consultar qualquer mãe ou pai de Santo, pra que esses me expliquem o motivo pelo qual fracasso em quase tudo, e pra além disso, o motivo pelo qual, depois de ter estragado tudo, me empenho a fim de reparar também tudo. Vou, também amanhã, procurar meus amigos, perguntar-lhes se sou um homem sincero e humilde e amigo pelo qual vale a pena morrer, ou pelo menos se atracar com qualquer gigante. Vou, na parte da noite, ligar para todas as mulheres que magoei direta ou indiretamente. Não vou pedir desculpas, isso eu sempre faço. Eu vou, depois de ter lido muito e consultado meus orixás, explicar porque tenho sido um merda, quase sempre.

Vou conversar pessoalmente com as pessoas que me deram chances extraordinárias de emprego, pesquisa, estágio e intercâmbio, e explicar o motivo pelo qual não fiz nada correto, e porque não aceitei os convites.
Vou dançar Salsa com minha mãe e beijar o rosto do meu pai, de modo que ele possa perceber que todos esses anos sem beijo e sem “eu te amo”, culminaram nesse beijo no rosto.

Vou avisar todas as mulheres que me paqueram e, que projetam qualquer tipo de futuro comigo, que já sou apaixonado, já choro por alguém, já quero casar e ter filhos com alguém, já tenho alguém que me completa dentro e fora da cama, e que só vou ficar com elas, se for pra suprir todas as vontades reprimidas durante muito tempo de namoro. Quero dizer que não tenho namorada, e isso nada tem a ver com o fato de estar apaixonado. Eu gosto de me apaixonar e por isso o desamor é tão doloroso assim.

Nem sempre serei o homem pelo qual vocês se apaixonaram.Eu não valho a pena!
Não me liguem mais.