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Moribundo SUBurbano. Estereotipado: bandido, maconheiro e marginal. Escritor, poeta e, portanto, miserável.

domingo, 21 de agosto de 2011

Posso te fazer uma pergunta?

- Posso te fazer uma pergunta? Você é apaixonada?Já fiz...
- bom, isso depende, né...
- sim, depende. Você certamente é apaixonada pela terra, pelo ar, por um monte de coisas e pessoas. Sim, depende. Costumo fazer essa pergunta. A resposta é tão complexa, que dela posso saber boa parte da sua personalidade...ridículo, né?!
- você não quer reformular a pergunta?
-não, não quero reformular a pergunta. Não me interessa saber sobre isso, nesse local, nesse momento.

Segui, com aquele pensamento enquanto tocava com a ponta de meus dedos boa parte do seu corpo, imerso naquele voluptuoso universo de encanto e desencanto. Eu deveria ter lembrado, antes de fazer a pergunta, que no dia em que a conheci, perguntei se tinhas namorado, e a resposta foi: “não quero responder essa pergunta!” eu não lembrei, fiz a pergunta, e nesse momento, tento trazer de volta a atmosfera anterior, de sérios orgasmos e olhares que juravam amor eterno. Não sei se a mim, ou ao sexo que fiz, e estava fazendo, de forma absolutamente fascinante.
Sempre tive boas experiências com as mulheres. Não é que eu seja bom de cama. Talvez até seja isso, embora a negação disso tudo, sirva, exclusivamente, para manter minha humildade no lugar onde ela deve estar: dentro de mim mesmo.
Antes de fazer aquela pergunta, eu deveria ter lembrado o momento no qual afirmei que ligaria durante a semana, a fim de marcar algum programa com você. Se tivesse lembrado, não teria, de forma alguma, duvidado do estado temporário referente ao relacionamento que conservas em algum canto do país. Sim, você tem namorado, e eu não dou à mínima.
Peço-te apenas uma única coisa: não me olhes como se estivesses apaixonada por mim. Um dia eu posso acreditar nisso, sair correndo, ou simplesmente retribuir o que de mais belo existe nessa terra.

(13/07/2009)