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Rio, RJ, Brazil
Moribundo SUBurbano. Estereotipado: bandido, maconheiro e marginal. Escritor, poeta e, portanto, miserável.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008




Te mostrei o que era o amor e de fato você amou, agora tu me ensinas o que é o desamor, uma troca justa, talvez?

Espero que sejam essas, as últimas palavras que lhe escrevo, pelo menos nessa situação.

Carta de Ngamba, meu Eu Lírico.


Porra, camaradas, estou pensando seriamente em meter um balaço em minha cabeça, agora, nesse exato momento. O que achas, má idéia?Sei não, acho que não fui educado para ser forte, não tenho um Deus, e, nesse inicio do fim, nenhum ombro amigo, agora. Vou partindo pensando em certas situações, e, enfim, deixando alguma mensagem pros que, em algum momento, fizeram parte da minha vida.
Em primeiro lugar, e bem merecido primeiro lugar, deixo para minha mãe, aqui, nessa carta, todo carinho que não fui capaz de te dar pessoalmente, nas relações pessoais. É assim, pensando exatamente nisso, que vou regozijando-me sentir privilegiado por alguma coisa. O único privilégio que não hei de mascarar é o de ser amado por quem me pôs nesse mundo. Minha mãe, tens sido uma heroína do mais altíssimo quilate. Não entro em questões pessoais, até para não culpar alguém pelo que ocorrerá no final dessa carta, entretanto, peço a todos que escolham muito bem suas companhias para o eterno. Não, não tenho sido uma pessoa exemplar, e muito menos um filho exemplar, sei e confesso, mas isso é outra questão.
Não sei o lugar do qual falo agora, nesse momento. Demasiadamente difícil sabê-lo. Nenhum esforço brota de mim agora, infelizmente. Deixo aqui algumas palavras à pessoa que conheci na última sexta-feira, mulher de atitude, é claro. Num tempo anterior teria eu pensado nela de outra forma, hoje a vejo como símbolo de um futuro não muito distante. Infelizmente, menina, não poderá banhar-se em meu corpo, e, como observei, não poderá você, mergulhar em meu interior, e tirar de mim o pouco que tenho: algum tico de conhecimento sobre pouca coisa. Pode parecer ingratidão minha, olhos claros pela escura, porém, também num futuro não muito distante, há de me entender, portanto, para ti, deixo meus contatos, meus livros, e minhas poesias. É verdade, uma noite contigo. Algumas noites contigo. Todas as noites contigo. Seriam, para mim, o máximo de prazer, excitação e aprendizado. Quase uma sexóloga! Gostei disso, disse você, foi uma cantada?Amei!Sabe, pensar em você me faz voltar atrás, porém, como há de observar, pensar em outra, faz-me seguir tenazmente objetivando o balaço da felicidade eterna.
Amigos, mais que camaradas, hão de me entender, vocês, sim, somente vocês, deverão me entender. Deixo para vocês, algumas mensagens, algumas palavras.
Não sejam, vocês meus amigos, instrumentos do ódio. Entretanto, ser instrumento do amor, não é a melhor alternativa. Sejam, como o curso de ciências sociais propõe que o sejam, seres racionais à cima de tudo. Confesso: a maldita da poesia não me deixou assim, e, talvez por isso, ou melhor, talvez por ela, tenho sido assim, duplo sentido, dupla personalidade, vocês não acham? Cansei, cansado estou agora... Deveríamos ter votado a favor do desarmamento. Uma PT 380 há de tirar-me as cervejas, os uísques, os baseados, o Lucky Strike, os peitos, as massagens, as vaginas, os livros, as crônicas, as poesias e o amor-perdido, e mesmo assim, há de me fazer mais feliz, mais conhecedor do meu Eu. Nunca se questionem sobre quem são, e o que vieram fazer aqui. Vocês, sem religião, sem zelo e somente com afeto, hão de terminar assim, como terminarei no final dessa carta.
Fica aqui meu pedido. Lembram da minha idéia, do blog? Sim, o blog publicado em forma de livro. Não o façam, peço. Embaixo da impressora localizada na escrivaninha, se encontra o login e a senha do meu blog. Tirem-no do ar assim que lerem esta carta, que por sinal estará publicada no blog. A baiana que conheci há um tempinho na internet, deixem-na com um beijo e um poema meu. Queria a oportunidade de ir a Salvador, beijar-lhe a boca, pôr minha cabeça em seu colo e ouvir suas palavras, que me parecem afetuosos, negra mais linda e inteligente, vinte aninhos, no auge do afeto. Ao pessoal da Bienal, ou melhor, do coletivo de cultura, tenho aqui todas as mesas, os debatedores e os contatos, apenas liguem meu notebook, está no Desktop. Aos do ME, deixo um grande tomar-no-cú-seus-burros, o coletivo de cultura fará a tão esperada revolução. Aos burocratas, deixo alguns poemas, e alguns textos, a fim de ensinar-lhes alguma coisa proveitosa.
Meu amor-perdido, nunca se sinta culpada pelo que ocorrerá comigo. Não tens culpa alguma, eu e a poesia somos os culpados por tudo, até pela ambigüidade na qual me tornei, portanto, ame outra pessoa, transe com outra pessoa, da forma como te ensinei. Olha, não me procure em outros homens, sou único, e além do mais poeta. Ah, não abandone seu Deus, e se em algum momento ele te abandonar, entregue-se a sua família, eles são tudo que tens.
Meus irmãos, não sejam idiotas, amem minha mãe e discutam com meu pai. Na primeira oportunidade ele cagará em suas caras e os colocará a andar.
Minhas antigas namoradas, não fiz por mal, apenas não as amava, briguem com minha atual ex, ela me teve, e, no fim, defecou pra mim, nesse momento, espero uma ligação dela, e tudo poderá mudar.
Atual ex, porra, estuda, garota. Fiz o que pude por você, se pudesse teria feito sua prova, até as da faculdade, tudo por amor e um pingo de pena, afinal não tens culpa de ser assim, tão desinteressada. Acho bem que tu estas com outro, mas isso não é da minha conta, não mais...
Garotas que peguei por ai, vocês não lerão meu blog nem terão noticias minhas. Deixo minhas lembranças, minhas eternas saudades.
Galera do CMRJ, amei ter encontrado vocês no sábado. Sejam felizes e gastem todo o dinheiro dos pais de vocês, façam jus, muita gente não tem pai, ou melhor, pai com grana.
Professores, tudo que aprendi com vocês me foi de muita valia, desculpem-me pelo desinteresse.
Estou ficando cansado e sem vontade de lembrar mais pessoas importantes. Um balaço atravessará minha boca e se alojará em meu cérebro. Desejo ser enterrado num cemitério barato, caralho, não gastem sua grana sofrida, gastem-na com bebida e viagens.
Terminei a carta, hei de publicá-la no blog agora mesmo. Ao lerem já não estarei mais convosco.

Um Abraço,

Ngamba Botero