Quem escreve?

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Rio, RJ, Brazil
Moribundo SUBurbano. Estereotipado: bandido, maconheiro e marginal. Escritor, poeta e, portanto, miserável.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Não te amei no início.
Te amei mais e mais
Com o passar do tempo,
E isso era eterno.

Eu não amava teu sexo,
E sim tua companhia.
Eu não amava teu corpo,
Que em dias de chuva era lindo,
Mas no sol, nem era tudo isso.
Amava o que tu não falavas,
E o que falavas, pra mim, era sublime.

Com o passar do tempo
E vários momentos juntos,
Eu já te amava mais do que me amava,
Por que já não conversava comigo.
Não tinha outra mão,
Outro peito,
Que me afagasse e me acolhesse,
E outro umbigo, que não fosse o teu,
Meu ninho!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Tenho, ligeiramente, estragado tudo.
Miseravelmente, negado tudo.
Esquecido de tudo.
Magoado, pouquinho por pouquinho,
Tudo.
Sinceramente, tenho sido o que não nasci para ser.
O que mil querem que eu seja,
Sem ao menos eu mesmo almejar ser.
E vou imaginando quem sou eu agora.
Quem eu poderia ter sido e quem,
Eu seria agora, ao invés de escrever poemas
De madrugada, e sobre a madrugada.

Lascivamente eu engano duas, três, e, talvez quatro.
Pra que todas elas fiquem de quatro.
Eu me engane, alto.
Como se ser poeta fosse ser eloqüente.
Como se ser poeta fosse, antes de tudo, inteligente!
Eu não sou nada porque do nada eu vim,
E pro nada tenho caminhado.
E os meandros, falsos,
Fazem de mim mais falso que o falso que me falseia.
E vou-me sendo nada, já que perdi de tudo,
No caminho da mentira, me torno, cada vez mais,
Inconcluso.