Quem escreve?

Minha foto
Rio, RJ, Brazil
Moribundo SUBurbano. Estereotipado: bandido, maconheiro e marginal. Escritor, poeta e, portanto, miserável.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Ontem, noite chuvosa, fria e sem graça, eu chorei. Chorei não por estar num bairro muito distante do meu, uma hora da manhã, no frio e sem ninguém pra me fazer graça. Chorei por não achar o sentido que existe entre o voltar para casa e o ficar para sempre na rua, ou melhor- não quero virar mendigo- morar em outra casa, longe da minha cama e da minha família. Nada fazia a diferença. Não me orgulho de não fazer aqui o que faço em todos os outros textos: expressar-me verborragicamente, de modo que qualquer mentira por mim contada aqui, se torne realidade na cabeça de você, leitor que pouco me conhece. Aliás, poucos são os que me conhecem, ou ninguém me conhece, por que me abro, mas na minha cabeça sou muito mais do que posso ser concretamente, na vida real. Talvez eu seja o mundo todo pensando, sentindo e amando, mas ninguém nunca saberá e talvez nem eu mesmo. Bem, voltemos ao que interessa. Não, não voltemos, porque não vou dizer o motivo pelo qual chorei e não tive vontade de voltar para casa.

(comentem, ou então imagino que estou a falar com o vento)

7 comentários:

Camilla Dias Domingues disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Camilla Dias Domingues disse...

um poema de Florbela Espanca pra vc pensar um pouco mais que não é tu que não se entende e tem sentimentos e falas verborragicas:


O meu mundo não é como o dos outros,
quero demais, exijo demais;

há em mim uma sede de infinito,
uma angústia constante que eu nem mesma compreendo,
pois estou longe de ser uma pessoa;

sou antes uma exaltada, com uma alma intensa,
violenta, atormentada,
uma alma que não se sente bem onde está,
que tem saudade… sei lá de quê!

F.B.

Camilla Dias Domingues disse...

kkkkkkkkkkkkkk...
desculpa!
foi engraçado o "estou a falar com o vento" e não vc não está falando sozinho, existem várias pessoas que provável seja desejam te escutar e talvez chorem junto com vc... a babilônia está aí fora, dentro da sua casa, dentro de vc, ao teu entorno... e não é o único que falas verborragicamente eu tb falo e todos falam, não se sinta previlegiado com o choro, com a dor e com essa vontade de não voltar para algum lugar... tudo que escreve por mais que tente dizer ao contrário faz parte integrante de vc, mesmo a ficção tem muito do escritor. Acredito que primeiramente deveria parar de mentir para vc mesmo já seria um bom começo. ninguém nunca te conhecerá por inteiro nem vc mesmo. És um rapaz inteligente, elegante (sem ser piegas ou demagoga) e deve ter outras qualidades e defeitos mais que eu não conheço mas um dos mais fortes que percebo é a vitimização. Desculpa falar assim mas é que consigo identificar de longe (SP-RIO) pessoas que se vitimizam igual a mim! rsrsr!

PS: se vc se sente falando ao vento imagina eu que escrevo homenageando as pessoas e elas nem se quer comentam... então não peça aquilo que tb não faz! isso é uma bronca! rs!

Camilla Dias Domingues disse...

e outro também...


Pelo o que me diz respeito
Eu sou feita de dúvidas
O que é torto, o que é direito
Diante da vida
O que é tido como certo, duvido
E não minto pra mim
Vou montada no meu medo
E mesmo que eu caia
Sou cobaia de mim mesma
No amor e na raiva
Vira e mexe me complico
Reciclo, tô farta, tô forte, tô viva
E só morro no fim
E pra quem anda nos trilhos cuidado com o trem
Eu por mim já descarrilho
E não atendo a ninguém
Só me rendo pelo brilho de quem vai fundo
E mergulha com tudo
Pra dentro de si
Lá do alto do telhado pula quem quiser
Só o gato que é gaiato
Cai de pé.

Martha Medeiros

Camilla Dias Domingues disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Camilla Dias Domingues disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Felipe Braga disse...

Oh, rapaz, já dizia o Bob Marley que seu lar era sua mente, seus pensamentos.
Acredito mesmo que sejas muito mais complexo do que o que choras.
E eu não sou o vento, rapaz - embora às vezes tenha vontade de sê-lo. Estou sempre lendo teus escritos.
Abraço.